Alunos que estudam em escolas indígenas do Paraná também participam dos Jogos Escolares Bom de Bola 2016. Na categoria feminino A, para atletas de 15 a 17 anos, estão as equipes dos colégios estaduais Rio das Cobras, de Nova Laranjeiras, e Sérgio Krigrivaja Lucas, de Cândido de Abreu. A equipe do Colégio Estadual Indígena Teko Nemoingo, de São Miguel do Iguaçu, está no feminino B.
O governador Beto Richa lembrou que esta não é a primeira participação de estudantes indígenas na competição e destacou que o Brasil, e em especial o Paraná, é uma terra multicultural, uma mescla de povos. “Fico muito feliz que esta integração também se dê por meio dos Jogos Escolares, o que extingue qualquer dúvida de que estamos muito certos em acreditar e investir ainda mais em esportes dentro de nossas escolas”, destacou.
O técnico da equipe do Rio das Cobras, Alan Mioranza, está há quase nove anos lecionando dentro da reserva. “É muito bom trabalhar com eles, estamos pela sexta vez na final do Bom de Bola, e desenvolvemos apenas um trabalho escolar mesmo, não temos horários específicos de treinos, mas eles são dedicados e isso é gratificante”, disse o professor.
Para a meio-campista Nayara, que também é filha do cacique da reserva, Sebastião Ferreira, participar dos jogos é ter mais conhecimento. “Fazemos um bom relacionamento com os outros povos e acho bonito eles virem conversar com a gente e nos perguntar como é a nossa a vida na reserva. Gosto de jogar, é meu último ano, mas quero continuar praticando esportes”, disse.
A equipe do Colégio Sérgio Krigrivaja Lucas fica na reserva Faxinal, em Cândido de Abreu. O professor Anderson Luiz, técnico do grupo, avalia o trabalho positivo na área de Educação Física dentro da reserva. “Estas meninas já participam há vários anos de jogos e sempre estão na fase final. São disciplinadas e sempre com um objetivo, que é vencer com dignidade. O trabalho que desenvolvemos é com um objetivo social, procuramos sempre valorizar o lado humano das pessoas”, comentou.
“Participar dos jogos é maravilhoso, as outras atletas nos respeitam e através dos jogos fazemos novas amizades e trocamos experiências”, disse a atacante Sara, de 17 anos.
Na divisão B, o Colégio Estadual Indígena Teko Nemoingo, da aldeia Ocoy, de São Miguel do Iguaçu, está na fase final pela primeira vez. “O importante é a disciplina e a educação delas dentro da aldeia, dentro do colégio e junto com o time. Isso nos dá animo para continuar o trabalho com elas, pois criamos um grande laço de amizade”, comentou o professor Rafael Lago, que trabalha há cinco anos no Colégio.
A jovem Diana, de 13 anos, atacante da equipe, diz que está feliz com a oportunidade de aprender muitas coisas. “Estamos fazendo grandes amigas, estou aprendendo muitas coisas novos, isso é muito gratificante”, disse.
O secretário do Esporte e do Turismo do Paraná, Douglas Fabrício, fala sobre a integração que os jogos propiciam. “O esporte tem esse poder de integrar e proporcionar a interação entre as pessoas. Esse caso é ainda mais especial porque há uma troca de cultura entre os estudantes”, diz.
BOM DE BOLA
As finais do Bom de Bola reúnem 1,3 mil atletas de todo o Estado. A competição de futebol integra os Jogos Escolares do Paraná e reúne 70 equipes que já passaram pelas fases regional e macrorregional. Na divisão A, para atletas de 15 a 17 anos, são 18 equipes no masculino e 18 no feminino. Na Divisão B, para atletas de 12 a 14 anos, são 18 equipes no masculino e 16 no feminino.
O Bom de Bola é o maior campeonato de futebol escolar do Brasil. O evento reúne anualmente mais de 100 mil alunos de 5 mil escolas de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Neste ano, o torneio teve mais de 22 mil jogadores na disputa paranaense.
O programa é realizado pelo Governo do Estado, por meio das secretarias da Educação e do Esporte e do Turismo, com apoio da Parati e do município de Apucarana.
AF/AEN